Escrevendo a dissertação de mestrado

29 de julho de 2015

Oi gente!

Após ingressar no mestrado você terá de cumprir os créditos em disciplinas, como já falamos em outro post anteriormente. Entretanto, o mestrado não se resume a isto. Você terá de, atrelado ao desenvolvimento de sua pesquisa, redigir sua dissertação. E é aí que muita gente “trava” (eu mesma já “travei” muitas vezes).

Por muitas vezes me perdia em meio a tantas leituras… Tinha a ideia inicial, mas não conseguia desenvolver. Muitas e muitas vezes levava um dia inteiro para escrever um parágrafo…

Mas enfim, a dissertação “nasceu”. Não do dia para noite, mas ao longo de dois longos anos.

Hoje, tenho uma clareza melhor para desenvolver outras pesquisas (em breve será o doutorado!). Então vou dar algumas sugestões, para quem está enfrentando os bloqueios ao escrever:

1. Faça o levantamento bibliográfico referente ao seu tema de pesquisa, mas partindo dos principais referenciais teóricos. Assim você não “perde” tempo lendo vários autores que, no fim das contas, repetem o que dizem os referenciais. Vá direto à fonte.

2. Ao ir fazendo a leitura destaque aquelas citações que você percebe que serão importantes para sua pesquisa, sem esquecer-se de anotar o número da página e a referência bibliográfica completa da obra, porque depois de acumular muitas leituras e anotações dificilmente você encontrará de onde tirou aquela bendita citação (isso já aconteceu comigo e tive um trabalhão…)

3. No decorrer de suas leituras, ou até mesmo conversando com os amigos, assistindo TV etc… poderão surgir ideias, insigths brilhantes, que se você não anotar rapidamente elas desaparecerão com a mesma velocidade que surgiram. Por isso, ande sempre com caneta e papel.

4. Organize sua dissertação por capítulos ou segmentos. Embora as ideias não surjam assim “alinhadinhas”, ficará mais fácil para se organizar. Ao menos assim foi para mim. Eu organizei a minha dissertação assim: introdução, capítulo metodológico, capítulo conceitual e contextual, capítulo sobre a análise de meu objeto e considerações finais. Uma dica é fazer o esqueleto do sumário e ir se orientando por ele.

5. Escrever sem medo de ser feliz: sua dissertação não “nascerá” pronta. As ideias vêm embaralhadas, mas na medida em que a pesquisa vai se desenvolvendo você poderá excluir algo ou reescrever. Aliás, esse é o ponto: escrever e reescrever (e muito). A fundamentação teórica é importantíssima, para não correr o rico de ficar no “achismo”, contudo, é importante também o pesquisador se posicionar, se fazer presente.

6. Eu tinha a mania de pedir para todo o mundo ler o que eu escrevia. Ouvir opiniões é importante, não é? Sim, mas a diversidade de opiniões trará consigo uma gama de dúvidas e, no meu caso, tudo isso me deixava extremamente insegura. Hoje, eu vejo que quem deve ler seu texto é o seu orientador e um ou dois amigos para você ter uma ideia se seu texto está compreensível para o leitor. No mais, é cabelo branco na certa, rs…

7. Administre bem o seu tempo. Não deixe para escrever sua dissertação nos últimos meses para o depósito, porque você certamente vai se “enrolar”. Outra coisa: há quem renda mais num dado horário do dia. Outros, como eu, rendem mais à noite. Alguns precisam de silêncio absoluto, já outros preferem uma música de fundo. Defina seu ritmo.

Bom galera, espero ter ajudado.
Fiquem à vontade para compartilhar outras sugestões ou angústias nos comentários!

7 respostas

  1. Fer, ainda não havia visitado seu blog, por falta de tempo, por falta de perspectivas de começar o mestrado. Mas pretendo começá-lo ano que vem, e vim fazer uma visitinha. Como nos tempos da facul, você é simplesmente ÓTIMA!!!! Parabéns (e obrigada) pela ajuda com quem tem interesse em investir no Mestrado e sequer sabe por onde começar! Vai ser de grande valia. Grande abraço!

  2. legal demais o post! de fato, a dica (de ouro) sobre extrair as notas das fontes bibliográficas indicando página e com a referência já no jeito pra inserir na lista, eu fui pôr em prática só agora, que o janus me informou dos meus seis meses de prazo restante para o depósito. ninguém nasce pesquisador, torna-se!
    tem gente que usa aplicativos de organização de notas. para mim, que estou correndo contra o tempo e não vai rolar de aprender a mexer em programa novo agora, deu certo extrair as notas para arquivos no word. comecei com arquivos individuais para cada referência, mas otimizei a vida reunindo referências afins em um mesmo arquivo. na hora de utilizar, um ctrl+l economiza muito tempo. muito recentemente percebi que processar a leitura de um conjunto de fontes, e então escrever um brainstorm pra depois inseri-las foi a coisa mais prática do mundo. acredito que muita gente faça isso há séculos, mas, como já disse, não se nasce pesquisador, e a gente vai inventando as mesmas coisas que os outros conforme o cerco se fecha. viva o janus!!! ;oP

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Fernanda Filgueiras

Doutoranda na Faculdade de Educação da USP e mestra pelo Programa Interunidades em Integração da América Latina - PROLAM/USP. Especialista em Metodologias Ativas pela PUCMG. Historiadora, professora e consultora acadêmica.
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